quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

SÍMBOLOS: presépio e os três reis magos

PRESÉPIO:

Mais uma vez o natal se aproxima. Natal, que significa o nascimento de Deus menino, segundo a história cristã. Um dos símbolos mais comuns no Natal dos países católicos é a reprodução do cenário onde Cristo nasceu: uma manjedoura, animais, pastores, os três reis magos, Maria, José e o Menino Jesus.
O presépio é uma das mais antigas formas de caracterização do Natal.
A palavra presépio significa um lugar onde se recolhe o gado; curral, estábulo.
Porém, esta também é a designação dada à representação artística do nascimento do Menino Jesus num estábulo.
O presépio é uma das representações mais singelas do nascimento de Jesus Cristo.
Procura resgatar a importância e a magnitude daquele momento ao mesmo que nos lembra a forma simples e humilde em que se deu o nascimento.
A presença do menino Deus naquele estábulo, ao lado de seus pais, tendo por testemunhas os pastores e os animais e recebendo a visita dos Reis Magos, guiados à gruta pela estrela de Belém, mostra a grandeza e a onipotência de Deus representada na fragilidade de uma criança.
Esta representação foi criada por São Francisco de Assis em 1223 que, em companhia de Frei Leão e com a ajuda do senhor Giovanni Vellina, montou em uma gruta da floresta na região de Greccio, Itália, a encenação do nascimento de Jesus.
Na época já havia 16 anos que a Igreja tinha proibido a realização de dramas litúrgicos nas Igrejas, mas São Francisco pediu a dispensa da proibição, desejoso que estava de lembrar ao povo daquela região a natividade e o amor a Jesus Cristo.
O povo foi convidado para a missa e ao chegarem à gruta encontraram a cena do nascimento vivenciada por pastores e animais.
São Francisco morreu dois após, mas os Frades Franciscanos continuaram a representação do presépio utilizando imagens.
No Brasil, a cena do presépio foi apresentada pela primeira vez aos índios e colonos portugueses em 1552, por iniciativa do jesuíta José de Anchieta.
A partir de 1986, São Francisco foi considerado o patrono universal do presépio.
Fazer presépios é unir mundos.
O mundo animal, os homens e o mundo mineral (pedras e presentes) se unem na contemplação do nascimento de Jesus Cristo.
Os reis Magos em uma interpretação mais recente são lembrados como um símbolo da união dos povos: Gaspar, o negro: Melchior, o branco e Baltazar, o asiático.
As palavras de paz e serenidade de São Francisco trazem até nós o sentido verdadeiro do Natal: Todos os homens nascem iguais, pela sua origem, seus direitos naturais e divinos e seu objetivo final.
As primeiras imagens do que hoje conhecemos como presépio de natal foram criadas em mosaicos no interior de igrejas e templos no século VI e, no século seguinte, a primeira réplica da gruta no Ocidente foi construída em Roma.

OS TRÊS REIS MAGOS:

O Dia de Reis é celebrado no dia 6 de Janeiro.

Essa é a data em que os três Reis Magos (Gaspar, Belchior ou Melchior e Baltazar) foram visitar e dar oferendas ao Menino Jesus.
Deram-lhe ouro, incenso e mirra.
Em alguns países, especialmente nos países hispânicos, é tradição dar as prendas (de Natal) às crianças neste dia.
Em Portugal nesta altura cantam-se as Janeiras, come-se bolo de rei e as crianças representam a história dos Reis Magos.
Apesar do Dia de Reis ser comemorado apenas no dia 6 de janeiro, a Folia de Reis dura de 24 de dezembro até o dia 2 de janeiro.
Nesse período, homens se vestem de um dos Três Reis Magos e saem pelas ruas das cidades e param para dançar, cantar e abençoar as famílias das casas onde há presépios.
Esses homens só se apresentam à noite e ganham ceia ou café nas casas visitadas.
Durante as apresentações, os homens tocam pistão, bombardino e clarinete.
Esta tradição está desaparecendo, mas sobrevive ainda em algumas cidades, principalmente do interior.
Ao contrário dos países de cultura portuguesa, na Espanha e nos países de cultura espanhola, o Dia de Reis é bastante comemorado, chegando a ser a principal festa do período natalino.
A festa representa a chegada do menino Jesus e por isso, a proximidade com o Natal.
Os Reis Magos são personagens que vieram do Oriente, guiados por uma estrela, para adorar o Deus Menino, em Belém (Mateus 2, 1-12).
Ignora-se a providência dos Reis Magos, este episódio foi apenas relatado no Evangelho de S. Mateus e, mesmo assim, de forma muito resumida e vaga.
Só com o passar do tempo, se foram acrescentando detalhes, para se sanarem as lacunas deixadas no Evangelho em relação a esta história.
A designação, “Mago” era dada, entre os Orientais, à classe dos sábios ou eruditos, contudo esta palavra também era usada para designar os astrólogos.
Isto fez com que, inicialmente, se pensasse que estes magos eram sábios astrólogos, membros da classe sacerdotal de alguns povos orientais, como os caldeus, os persas e os medos.
Posteriormente, a Igreja atribuiu-lhes o apelido de “Reis”, em virtude da aplicação liberal que se lhes fez do Salmo 71,10.
Quanto ao número e nomes dos Reis Magos são tudo suposições sem base histórica, aliás, algumas pinturas dos primeiros séculos mostram 2, 4 e até mesmo 12 Reis Magos adorando Jesus.
Foi uma tradição posterior aos Evangelhos que lhes deu o nome de Baltasar, Gaspar e Belchior (ou Melchior), tendo-se também atribuído a cada um, características próprias.
Belchior (ou Melchior) seria o representante da raça branca (européia) e descenderia de Jafé; Gaspar representaria a raça amarela (asiática) e seria descendente de Sem; por fim, Baltazar representaria todos os de raça negra (africana) e descenderia de Cam.
Estavam assim representadas todas as raças bíblicas (e as únicas conhecidas na altura: os semitas, os jafetitas e camitas.
Pode então dizer-se que a adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus simboliza a homenagem de todos os homens na Terra ao Rei dos reis, mesmo os representantes do trono, senhores da Terra, curvam-se perante Cristo, reconhecendo assim a sua divina realeza.
Esta idéia só surgiu no século XVI, assim só a partir deste século é que se começou a considerar que Baltasar era negro, de forma a que se pudessem abranger todas as raças.
Jafé, Sem e Cam são os 3 filhos de Noé, que segundo o Antigo testamento representavam as 3 partes de mundo e as 3 raças que o povoavam naquele tempo.
Para além desta simbologia, pela cultura cristã, os Reis Magos simbolizam que os poderosos e abastados devem curvar-se perante os humildes, despojando-se dos seus bens e colocando-os aos pés dos demais seres humanos, ou seja, devem partilhar a sua fortuna com os mais pobres.
Também em relação às idades dos Reis Magos tudo são suposições sem nenhuma base histórica.
Só no século XV, se fixou que Belchior teria 60 anos, Gaspar estaria com 40 anos e Baltasar 20 anos.
O dia de Reis celebrava-se a 6 de Janeiro, partindo-se do princípio que foi neste dia que os Reis Magos chegaram finalmente junto ao Menino Jesus.
Em alguns países é no dia 6 de Janeiro que se entregam os presentes.
Ao chegarem ao seu destino, os Reis Magos deram como presentes ao Menino Jesus:
Ouro (oferecido por Belchior): este representa a sua nobreza;
Incenso (oferecido por Gaspar): representa a divindade de Jesus;
Mirra (oferecido por Baltasar): a mirra é uma erva amarga e simbolizava o sofrimento que Cristo enfrentaria na Terra, enquanto salvador da Humanidade, também simbolizava Jesus enquanto homem.
Assim, os Reis Magos homenagearam Jesus como rei (ouro), como deus (incenso) e como homem (mirra).
Coloca-se a questão de saber como é que os Reis Magos associaram o aparecimento da Estrela com o nascimento de Jesus.
A verdade é que existem várias teorias, mas não há como saber qual delas é a correta.
Uma dessas teorias considera que os Reis Magos descobriram a relação entre o novo astro e o nascimento de Cristo.
Mais explicações sobre esta questão e outras relacionadas com os Reis Magos são dadas através de textos apócrifos, isto é, textos não reconhecidos pela Igreja.
Contudo, estes textos foram de um modo geral escritos nos séculos II e III da era cristã, para preencherem lacunas sobre a vida de Jesus e de outras personagens do Novo Testamento, assim objetivo destes era saciar a curiosidade religiosa, transformando o vago em concreto, independentemente da veracidade dos fatos, daí não estarem incluídos nos chamados Livros Canónicos.
Símbolos da humildade Na tradição cristã os três Reis Magos simbolizavam os poderosos que deveriam curvar-se diante dos humildes na repetição real do canto da Virgem Maria à sua prima Isabel, e "Magnificat", pois sua alma rejubilava-se no Senhor, que exaltaria os pequenos de Israel e humilharia os poderosos.
A igreja cultua os Reis Magos dentro desse simbolismo.
Representam os tronos, os potentados, os senhores da Terra que se curvara diante de Cristo, reconhecendo-lhe a divina realeza.
É a busca dos poderosos que vêem em Belchior, Gaspar e Baltazar o exemplo de submissão aos desígnios de Deus e que devem, como os magos, despojar-se de seus bens e depositá-los aos pés dos demais seres humanos, partilhando sua fortuna como dignos despenseiros de Deus.
Os presentes de Natal também têm esse sentido.
São as ofertas dos adultos à criança que com a sua pureza representa Jesus.

fonte: http://www.casadopapainoelirati.com.br/natal2009/reis_magos.php

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