sábado, 30 de abril de 2011

TCI - As dores da alma dos excluidos no Brasil - Adalberto Barreto

As dores da alma dos excluídos no Brasil
(Adalberto de Paula Barreto)

O Contexto de nossa ação:

Assim como muitos países do mundo recebem refugiados de guerra, as grandes cidades do Brasil recebem refugiados que fogem de uma luta desigual contra as forças da natureza, no árido sertão nordestino e vitimados por uma política econômica que concentra poder e riqueza, excluindo a grande maioria das oportunidades de desenvolvimento e da partilha de bens materiais ou culturais.

Os movimentos migratórios, agravados pelas secas cíclicas, pela interrupção e vulnerabilidade das políticas agrícolas provocam o empobrecimento econômico, cultural, do “savoir -faire” e dos laços sociais e da imagem de si mesmo. Estes migrantes são personagens de uma batalha silenciosa, invisível fruto da política econômica injusta e excludente. Essa batalha, sem armas aparentes, deixa marcas profundas no corpo e na alma do homem. A chegada às grandes cidades acontece na mais profunda desolação. A cidade não os acolhe, não abre suas portas para recebê-los. Eles chegam, mas não a penetram, permanecem na periferia formando um cinturão de miséria.

Logo descobrem que os sonhos tornam-se pesadelos. Inicia outra série de problemas bem mais dramáticos: onde morar? Como construir casa se não há terra nem meios? Como alimentar e nutrir seus filhos? Como conseguir emprego, se não têm capacitação profissional? Como cuidar dos filhos, se precisam sair de casa á busca de trabalho e comida? Essas questões ilustram a “via cruxis” de indivíduos e famílias no quotidiano. São populações abandonadas pelos governantes, denegadas por uma economia selvagem que as excluem literalmente da partilha.

Para poderem se inserir na grande cidade têm que romper com barreiras invisíveis, verdadeiras muralhas de indiferença, hostilidade que tentam manter essas populações afastadas da vida social. Neste contexto profundamente diferente, a nova vida social e política e as atividades econômicas, por um lado, funcionam como elementos que agridem a identidade cultural e atingem a identidade pessoal provocando desagregações, desajustes e desequilíbrios. Por outro lado, desencadeiam um esforço criativo e desejo de inserção social muito grandes, por meio de inúmeros cultos religiosos ou movimentos associativos. A conseqüência imediata dessa exclusão é a cisão da sociedade em duas grandes correntes humanas:

a) uma, fixada na terra com seus imóveis e mansões bem protegidas, ostentando riquezas e bens visíveis;
b) outra, como fantasmas semivisíveis que ninguém quer ver, perambula de lá para cá, dentro do espaço urbano, movendo-se impulsionada pelas necessidades básicas, em busca de alimento, moradia, emprego constituindo-se na sociedade dos descolados sociais, ou das “almas penadas”.

Na cultura brasileira o termo “alma penada” define a situação de pessoas que morrem e não têm para aonde ir, que não conseguem seguir o destino de todas as almas após a morte, e vagam entre os vivos, sofrendo e gemendo entre a terra e o mundo espiritual. São as almas penadas, que tentam, sem sucesso, o contato, o diálogo com o mundo dos vivos (Barreto 1994).
Durante estes anos de trabalho com essas populações, nós podemos compreender o drama do homem das favelas das grandes cidades brasileiras. Ser migrante favelado é algo tão angustiante, tão frustrante quanto ser “alma penada” buscando contato com os vivos, sem jamais conseguir ser visto ou ouvido.

Talvez a familiaridade do termo junto às classes pobres traduza o real sentimento de uma vida sem reconhecimento e sem direito a espaços que garantam o desenvolver pleno da existência como pessoas, como cidadãos. A alma penada seria o protótipo das doenças da alma do século XXI?

Nossa intervenção:

Há 21 anos, o Departamento de Saúde comunitária da Universidade Federal do Ceará, com o apoio do Centro de Direitos Humanos do Pirambú - CE. e do Movimento Integrado de Saúde Mental Comunitária, desenvolve um trabalho de promoção em Saúde Mental Comunitária, na segunda maior favela do Brasil, a favela do Pirambú, com 280.000 habitantes, situada na cidade de Fortaleza, nordeste do Brasil, metrópole com dois milhões de habitantes.

A ação da Universidade, no início, era voltada para as intervenções pontuais de indivíduos e famílias em sofrimento psíquico, cujos direitos de cidadãos tinham sido violados. Convidado a intervir como psiquiatra na favela, me dei conta de que o arsenal quimioterápico da psiquiatria moderna não podia ser a única arma na luta contra os efeitos de um contexto social desagregador e mutilador de indivíduos.

O uso indiscriminado tornava ainda mais caótico o estado psíquico de muitos usuários e os mesmos psicotrópicos usados para tratar distúrbios mentais eram usados indiscriminadamente nas insônias rebeldes e nos desequilíbrios emocionais ou até para aplacar o choro das crianças famintas. Esse contexto caótico exigia a criação de novos paradigmas capazes de estimular uma ação terapêutica criativa e efetiva, que nos permitisse:

1. Perceber o homem e seu sofrimento em rede relacional;

2. Romper com o modelo do “salvador da pátria”, do técnico iluminado, que traz as soluções e reforça um sistema de dependência;

3. Identificar não só a extensão da patologia, mas também o potencial daquele que sofre;

4. Como fazer o grupo acreditar em si, na sua competência;

5. Como resgatar o saber dos antepassados e a competência adquirida pela própria experiência de vida;

6. Como ultrapasssar o unitário para atingir o comunitário;

7. Fazer da prevenção, uma preocupação constante e tarefa de todos;

Para atuar de forma transformadora nesta dura realidade social, começamos a realizar encontros semanais entre as pessoas mais carentes de auxílio psiquiátrico, na favela, e acabamos criando nossa própria forma de trabalho, a Terapia Comunitária (Barreto 1994).

Em espaço livre, à sombra de um pé de cajueiro, reuniam-se as pessoas que estavam vivendo uma situação de crise para falar de suas angústias, problemas, sonhos, dramas e necessidades. Criamos então o Movimento Integrado de Saúde Mental Comunitária, Organização Não Governamental, sem fins lucrativos e com base comunitária, que passou a oferecer, ao longo de 18 anos de trabalho, algumas opções terapêuticas à população: arte terapia – massagem anti-estresse, fitoterapias - Terapias comunitárias, sessões de resgate da auto-estima (Barreto 1994). Nossa ação procurava suscitar a capacidade terapêutica do próprio grupo ajudando o indivíduo a descobrir as implicações humanas e contextuais do quadro de sofrimento em que viviam.

Desta forma, nossa intervenção permitia a tomada de consciência do indivíduo em sofrimento psíquico dentro do corpo social, estimulando a transformação de um e de outro, tratando assim a saúde coletiva, e recuperando, com ações individuais, a saúde do corpo social.

Nesses anos de trabalho como psiquiatra, na favela, temos treinado cerca de 7.500 lideranças comunitárias que atuam em 27 estados do Brasil para assumirem o papel de mediadores dos conflitos, conhecidos como terapeutas comunitários. Eles atuam em comunidades carentes, nas escolas, postos de saúde, programas de saúde da família e em prefeituras como São Paulo, Londrina-Pa e Sobral-Ce.

Trata-se de um programa piloto na área de saúde comunitária que articula o saber científico com o saber popular na perspectiva de superação dos conflitos e na construção de redes sociais de apoio às pessoas em crise.

Nossa experiência tem dado a convicção de que estas “doenças da alma” podem ser tratadas pelo próprio grupo. Eles têm problemas, mas tem também as soluções e precisam ser estimulados a tomarem consciência do potencial humano e cultural que possuem.

É no próprio grupo, trocando experiências, refletindo, se apoiando, reforçando os laços afetivos e os valores da cultura local que o tecido social vai se consolidando, que a consciência social vai despertando, descobrindo coletivamente as saídas possíveis para a superação dos problemas, facilitando a inserção social em novo contexto.

Nós nos identificamos com o método (RAP)* Pesquisa-Ação-Participação, que temos adotado há vários anos, definido como “rejeição do monopólio universitário sobre a produção do conhecimento e fazendo apelo aos saberes da base, na base e para a base”…

*-Atelier Nord Sud de méthodologie en analyse, Réseau Culture Bruxelles mars 1997

As doenças da alma

Nestes 21 anos de trabalho com as populações de excluídos no Brasil destacamos três categorias que atingem de forma contundente os indivíduos:

1. Disturbios do abandono.

2. Disturbios da insegurança.

3. Distúrbios da baixa auto-estima.

1-ABANDONO:

São populações inteiras, mergulhadas em forte sentimento de abandono e orfandade. Não fora um desejo muito forte de inserção social evidenciado pelas inúmeras associações de bairro e diversos cultos religiosos, a situação poderia ser bem mais caótica.

As agressões contextuais, como o desemprego, a falta de habitação, saúde, educação, aceitação social, a falta de uma política de inserção social mais abrangente, constituem–se no maior atentado á vida em sociedade.

Indivíduos e famílias entregues à própria sorte são levados a construir os próprios mecanismos de sobrevivência, modelos de funcionamento que só consideram o "aqui e agora" das necessidades fundamentais da existência humana, tais como saciar a fome, a sede, buscar segurança.

Os efeitos do sentimento de abandono são visíveis em todos os níveis:

-em nível individual: a própria aparência física: bocas desdentadas, rugas precoces, cabelos em desalinho;

-em nível familiar: mulheres abandonadas pelos maridos assumindo a responsabilidade de alimentar sozinha a família, famílias vivendo nas ruas, crianças abandonadas cheirando cola,

-em nível social: a própria configuração geográfica da favela, casas construídas com pedaços de papelão, caixas, madeiras nos reinviam a pedaços de existência de indivíduos, famílias e vidas.

Cada família, uma história, uma seqüência de sofrimentos, sentimento de exploração, de abandono e injustiça. Cada um parece prisioneiro de acontecimentos e, muitas vezes, emprega toda a sua energia para se defender do sentimento de estar “possuído” por forças ocultas, por espíritos dos mortos.

Talvez o “encosto,” forma popular de possessão, nos fale de perda de liberdade de vida, da perda da autonomia e do estado de dependência do outro, das pressões sociais do novo contexto (Barreto 1988).

Enquanto a dinâmica da urbis agrega pessoas em torno de lutas materiais específicas, como habitação, alimentação, saúde, através de associações e sindicatos, outras concentram as atenções no mundo secreto da espiritualidade.

São os líderes espirituais, os curandeiros que, no anonimato dos centros, no silêncio da noite, procuram com seus rituais, alimentar a fé que reanima a esperança de dias melhores, oferece a possibilidade de pertencer a uma família espiritual, e transforma o homem sofrido e solitário em pessoa pertencente a uma nova família, restituindo-lhe a alegria de viver.

Para muitos, ser devoto de santo católico, filho de algum orixá africano ou até mesmo se deixar incorporar por um espírito de luz permite que esses indivíduos abandonados possam sentir a plenitude de um sentimento quase esquecido, o de fazer parte de nação de luz, na qual os governantes os acolhem com respeito e afeição.

Aqui a cultura emerge como sustentáculo de uma identidade ameaçada pelo novo contexto. Tal qual a teia de aranha, a cultura é para o indivíduo o que a teia é para a aranha: ela agrega, une, alimenta e fortalece os vínculos que conferem a pertença.

Os mais jovens formam gangues, verdadeiras “internetes sociais,” como estratégia para suprir o sentimento de anomia, abandono e o desejo de inserção a grupo que lhe confira o sentimento e pertença.

Outros, ainda, geralmente os mais sensíveis, padecem de depressão, crises nervosas, alcoolismo, drogas, prostituição.

O que é mais dramático é que o sofrimento que padece o corpo e a família dos excluídos, no quotidiano, atinge violentamente as almas desses corpos.

Estabelece-se assim a guerra de valores em que o espírito das referências ancestrais fortemente paternalista se chocam com as novas referências do mundo urbano onde cada um tem que se virar para sobreviver.

É neste contexto que muitos se mobilizam para não perder a guerra interior, para manter viva a esperança, a crença em valores, para poder salvaguardar a identidade ameaçada, no novo mundo que exige adaptações rápidas.

Os espíritos cultuados nos diversos cultos, tornam-se em grandes aliados desses homens. Sacerdotes e curandeiros são procurados para ajudá-los a resolver os conflitos da alma.

Os curandeiros, guardiões da identidade cultural, através de cultos religiosos e rituais, tentam reanimar a alma desanimada pela dureza da vida.

Neste sentido, os cultos religiosos,católicos, espíritas, afro-brasileiros ou outros, funcionam como verdadeiras UTIs existenciais, para o homem sofrido, abandonado. Aqui a cultura tenta dar suporte, onde as instituições falharam.

Curando a dor da alma, conforta-se o corpo. Nestes contextos, os cultos tornam-se muito mais espaço de catarse coletiva, para reduzir o estresse, do que espaço de reflexão ou de tomada de consciência das implicações históricas e psicológicas do sofrimento.

Alguns cultos são terrivelmente agressivos, sobretudo algumas igrejas neo-evangélicas e pentecostais, que exigem de seus fiéis a recusa das crenças culturais. Trata-se de ruptura com o modelo referencial interiorizado há gerações, verdadeira destruição de identidades, de pertenças fundamentais, substituídas, por um falso EGO, construído sobre valores de uma religião da qual deve esperar tudo, e que se afirma pela negação do outro, do diferente.

Ela se impõe, o que reforça o sentimento de dependência, de submissão sectária.

No entanto, temos observado que outros cultos, como a umbanda, são muito mais respeitosos da diversidade cultural e oferecem a possibilidade de acolhimento, na neofamilia, na qual coabitam múltiplas imagens identificatórias, que podem, pelo respeito da cultura de base, se apropriar de modelo comunitário mais tolerante.

A doença do abandono é a porta de entrada dos cultos. De cliente, torna-se adepto. A explicação da origem de todo mal ou malestar é atribuída aos maus espíritos, que devem ser exorcizados através de rituais. Sob o pretexto de exorcizar o mal, exorciza-se o homem de si mesmo, de suas crenças, de seus valores ancestrais, do senso critico. Trata-se de verdadeiro culto de esvaziamento do homem de sua identidade cultural.

Estamos convencidos de que enquanto os indivíduos não entenderem as implicações humanas e contextuais de seus sofrimentos e não tiverem o senso de co-responsabilidade, não haverá desenvolvimento sustentável possível.

2-INSEGURANÇA:

O clima de insegurança é um fermento de violência, de divisão, de fraturas, de rupturas no seio da sociedade, estimulada e alimentada pelo medo e ações irracionais geradas pela insegurança. Nas favelas, o clima de violência, roubo, crimes têm se intensificado com o desemprego. O desejo de sobrevivência é bem mais forte levando indivíduos e grupos a se organizarem para roubar e pilhar bens de primeira necessidade ou bens simbólicos.

Esses indivíduos ou grupos organizados começam a impor seu poder gerando um clima de insegurança e medo nas pessoas de ambos os grupos sociais.

As casas tornam-se verdadeiras prisões, com grades de ferro para garantir a própria segurança, os moradores acabam construindo verdadeiras prisões para si mesmos. Trancadas em suas casas, as pessoas tornam-se reféns da violência.

Os mais pobres, os que moram nas favelas, vivem sobressaltados, com medo de perder um chinelo, uma peça de roupa, o botijão de gás, o que é ainda pior, de serem atingidos por alguma bala perdida durante as brigas de gangues.

O clima de desconfiança vai, aos poucos, quebrando os vínculos de solidariedade e acolhida, tão característicos das populações interioranas, gerando conflitos, intrigas, estupros, agressões contra vizinhos.

Os sintomas do distúrbio da insegurança atingem a todos: os jovens perdem o direito de circular livremente na cidade, onde as gangues já delimitaram seus territórios onde nenhum outro individuo de outra comunidade pode circular sem represálias.

As pessoas idosas são assaltadas quando recebem no banco, o dinheiro da aposentadoria. A ausência de uma policia cidadã que não inspira confiança torna o quadro ainda mais dramático. Em resposta a esse contexto, a cada dia, fica mais significativo o números de rituais de proteção usados, que vão desde o uso de símbolos protetores religiosos: como a cruz,os salmos, as medalhas, até o uso de cães e armas de fogo para sair às ruas.

A insegurança é o reflexo das condições sociais que se agravam a cada dia com a falta de emprego. Este clima de ameaça e de hostilidade leva os indivíduos a desconfiarem uns dos outros identificando qualquer pessoa desconhecida como possível inimigo. Com isso, praticam-se constantemente atos de discriminação, e exclusão contra o outro.

Existe também a cultura da violência que é estimulada e vivificada por uma contracultura, expressa nos filmes e programas de comunicação de massa, nos jogos de guerra e videogames que, transmitidos à nossa imaginação, sem critérios ou legislação adequada, reforçam a idéia de que o herói é aquele que consegue tudo através do uso da violência e da força contra o outro.

O espaço da família se vê invadido pela violência, na forma dos conflitos conjugais, na violência contra a mulher, nos maus tratos à criança.

No Brasil, ela toma contornos ainda mais dramáticos com o surgimento de programas televisivos que estão sempre mostrando cena de crime ao vivo com todas as cores da violência e crueldade. Se a segurança como fator social é necessária para que se possa inspirar a confiança recíproca dos homens, estar seguro e poder confiar em si mesmo, na sua capacidade de dominar, de comandar os instintos, transformando-os em força para viver,são necessidades básicas para a paz do indivíduo e a paz social que nele se origina . O que é preocupante é que o clima de insegurança pode ser fermento de violência e divisão no seio da sociedade, pelos medos e ações irracionais que ocasiona.

3- A BAIXA AUTO-ESTIMA:

É evidente que, além da violência e do abandono, a exclusão social gere sentimento de menos valia, de desvalorização do indivíduo. Soma-se a isso a força dos estereótipos e preconceitos sociais reforçados por uma educação que não leva em conta os valores próprios do indivíduo. Estes elementos contextuais: educação doméstica repressora, os estereótipos sociais que desvalorizam a pessoa acabam por anular, por dilapidar o patrimônio íntimo do homem: A confiança em si.

Desconhecem-se os dons inatos, aptidões e capacidades naturais. Desvalorizado, caso não consiga atingir os padrões intelectuais exigidos, introjeta o sentimento de incapacidade, e passa a não acreditar mais em si mesmo, se autoexclui, não se sentindo mais merecedor da felicidade, perdendo aos poucos a condição de amar e ser amado. Esse sentimento de descrença, em seu próprio potencial, se manifesta em vários níveis:

A) individual: leva as pessoas a calar sentimentos e emoções mais profundos, a apresentarem assim um alto índice de tensão psíquica e somatizações físicas ;

B) familiar: uma educação repressora baseada em xingamentos em que a criança, desde cedo, é desvalorizada, é vista como incapaz criando um campo fértil para nutrir a insegurança e o sentimento de desvalorização.

C) social: alto índice de abandono de empregos por se sentirem incapazes

O quadro mais dramático, dentro de uma favela, não é a miséria retratada nos casebres, e sim a miséria oculta no íntimo das criaturas. O sentimento de incapacidade e de descrença nos próprios potenciais é que vem reforçar a marginalização dos indivíduos no corpo social que, muitas vezes os faz perder chances de trabalho e inserção social que lhes aparecem, pois inconscientemente eles próprios auto boicotam todas as oportunidades para crescer e vencer.

Paralelamente às sessões de Terapia Comunitária, temos procurado minimizar este quadro criando grupos de reforço da auto-estima, através de técnicas e dinâmicas adaptadas às condições, procurando despertar o potencial humano amordaçado e colocá-lo a serviço de uma dinâmica individual e coletiva, levando as pessoas a se tornarem sujeitos da história e responsáveis pela existência.

Reflexões:

As síndromes relativas ao abandono, insegurança e baixa auto-estima constituem um quadro preocupante em escala nacional. Constituem fermentos de violência e divisão no seio de uma sociedade, pelos medos e ações irracionais que podem ocasionar. Esse clima de tensão, desespero e muita angústia só pode desaparecer com a maior presença de instituições comprometidas com o bem comum. Quando as instituições estão ausentes ou são inoperantes, os indivíduos criam suas próprias regras e leis e tende a imperar a autodefesa, o salve-se quem puder, o que potencializa cada vez mais a violência fratricida.

Faz-se necessário criar instrumentos aptos a estimular uma “ação criativa” nos indivíduos que vivem nestes contextos anômicos. Eles devem se apoiar em valores individuais próprios e em valores culturais anteriormente desqualificados. Em nossa experiência, os novos instrumentos só podem ser concebidos num contexto grupal, participativo e comunitário.

Nossa experiência tem nos firmado na convicção de que a solução está no coletivo e em suas interações, no compartilhar, nas identificações com o outro, no respeito às diferenças. Portanto é do grupo que devem emergir as soluções adaptadas. Essa perspectiva exige, dos profissionais, uma tomada de distância critica dos modelos explicativos do sofrimento, e das intervenções que implicam, muitas vezes em condutas lineares e redutoras (Exemplo do modelo biomédico que supervaloriza a quimioterapia ou modelo social que impõe, do exterior, ações tanto educativas como repressivas.).

Os profissionais devem fazer parte dessa construção. Ambos tiram benefícios: A comunidade gerando autonomia e inserção social e os terapeutas se curando de seu autismo institucional e profissional, bem como de sua alienação universitária. Uma política de Autopromoção do indivíduo, como fator transformador do corpo social, deve permitir a ruptura de modelos paternalistas, que geram dependência e castra a criatividade.

Não se trata de ficar somente à espera de investimento financeiro, mas sobretudo de investir no capital sócio-cultural do indivíduo excluído, para permiti-lo sair do lugar de objeto vítima, para um lugar de sujeito, ator de seu destino para tornar-se co-responsável na construção de uma sociedade mais igualitária, seja capaz de fazer suas escolhas criticas em busca de sua autonomia.

Investir em políticas sociais capazes de promover e consolidar os laços afetivos e sociais, capazes de fazer surgir um sentido de pertença cultural inscrita numa comunidade de vida. Sair dos espaços para investir mais nos laços, ultrapassar o modelo individual, onde a solução de todos os males é esperada de um único individuo externo ou do político.

Precisamos estimular movimentos participativos em que cada um dê sua contribuição, o que permite paralelamente ao grupo desenvolver-se no conjunto como um todo. Como foi dito para o subdesenvolvimento, a perda da estima de si é um estado de privação em relação ao próprio saber. É importante iniciar e desenvolver os espaços de restauração identitário onde a palavra pode se liberar. Os saberes científicos devem reconhecer e integrar, enfim, os saberes ditos populares. A restauração da estima de si dos excluídos constitui a pedra angular da luta contra as doenças da alma do século XXI.

Referencia Bibliografica:

1-Barreto A.P. "UN MOVIMIENTO INTEGRADO DE SALUD MENTAL COMUNITARIA EN FORTALEZA, BRASIL" In Boletin Oficina Sanitaria Panamericana 117 (5), 1994
2-Barreto A. P. "L'ARAINEE ET LA COMMUNAUTE TISSENT LEURS TOILES" in Transitions nº 37 ( Rites culturels et Droits de la Personne) 135-142 Paris 1994
3-Barreto A. P. "LES AMES EN PEINE DANS LA VILLE" in Transitions nª 37 (Rites culturels et Droits dela Personne) 127-134 Paris 1994
4-Barreto A. P. ASPECTS CULTURELS SPECIFIQUES DU SYNDROME DE POSSESSION ET LA RELATION THERAPEUTIQUE Conferencia no 3º Seminaire inter-culturel Henry collomb na França em outubro 1988.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

RADAR - livro sobre moda - xico gonçalves

Se você quer estar por dentro do assunto moda, recomendo ler o livro ABC da Moda de Xico Golçalves:

" O livro foi concebido com o objetivo de ajudar o leitor a criar um jeito próprio de vestir, seguindo regras básicas de certo e errado que nunca saem de moda. Traz dicas passo a passo de como montar um guarda-roupa e vestir-se apropriadamente nas mais diversas ocasiões."

"O estilista gaúcho Xico Gonçalves reuniu sob a forma de livro o conteúdo que produz para a sua coluna no caderno Revista ZH/Donna, suplemento dominical do jornal Zero Hora. Um guia prático organizado em odem alfabética, onde cada letra corresponde a um capítulo. No capítulo correspondente à letra A, por exemplo, encontramos os verbetes 'Acessórios', 'Armário' etc. Com ilustrações originais do autor. "


Saia tulipa: Pierre Cardin, em 1957, criou um modelo de saia em que as preguinhas ficavam perto do cós e somem na parte de baixo da saia - o volume, então, fica na parte de cima do look, e na parte de baixo ele fica mais sequinho. É ótimo pra moças com silhueta tubular, já que cria volumes - tipo no bumbum e nas coxas!

retinha - tulipa e godê

Saia godê: É o modelo que mais precisa de tecido pra ser feito! A saia fica rodadinha e com bastante volume! Super usada pelas meninas da década de 50, que giravam ao som do rock´n´roll fazendo a saia se movimentar junto com a música.

Saia evasê (ou saia plissada): Também é conhecida como a saia em A, ou seja, mais ampla na parte de baixo do corpo. É ótima pra silhuetas tipo triangular, porque diminui quadril!

Saia enviesada: Super romântica, super fluida! Sabe quando o tecido é cortado na diagonal e não na direção da trama dos fios? Se a saia é costurada dessa forma, enviesada, ela cria a sensação de silhueta violão - por isso é um modelo ótimo pra meninas com o tipo físico tubular!

lápis - enviesada e modelo A

Saia envelope: a saia tem três partes (quase iguais), uma fica atrás e as duas outras se sobrepõem na frente da peça. Dependendo do fecho pode acrecentar volume bem na barriguinha – a parte boa é que quase sempre esas saias são bem sequinhas e acabam afinando o quadril. Mointo boas pra usar com camisetas (ou outras partes de cima quaisquer!) por dentro.

Saia reta: A mais sóbria de todas e que combina com quase todos os tipos de corpo! A saia reta é bem boa pra ser coordenada com aqueles tops (parte de cima) mais bafos do armário: com detalhes, decotes, cores e brilhos!

Saia lápis: É a saia que afunila desde a cintura até o quadril e as coxas - mas é diferente do modelo "tulipa" porque não cria volumes na cintura. Como ela é mais justa do que os outros modelos, fica boa pra quem tem pouco bumbum e pouco quadril!

Todas as saias ilustradas desse post são do livro ABC da Moda, de Xico Gonçalves

outra dica do livro - dobras de lenços:

LENÇOS - amarrações

quinta-feira, 21 de abril de 2011

FIGURINO - CORDEL ENCANTADO


Para quem gosta de artesanato e puder, recomendo a nova novela da Globo, Cordel Encantado, o figurino e o cenário estão primorosos, tem trabalhos artesanais como rendas renascenças, rendas filé, crochê, pintura, bordado, patchwork, fuxico, entre outros. Vale a pena!!!

A novela é precisamente composta de dois cenários, sertão nordestino e realeza Européia estes cenários são subdividos em quatro núcleos: Seráfia do Norte, Seráfia do Sul, Brogodó e cangaceiros.

"O estilo de Seráfia do Norte, onde vivem a rainha Cristina (Alinne Moraes) e o rei Augusto (Carmo Dalla Vecchia), conta com cores solares, como dourado, tons claros, bege e marrom - à exceção dos vilões, que apostam em verde, bordô e preto.

Fadas serviram de referência para o figurino da rainha Cristina (Alinne Moraes)
Foto: João Miguel Jr / TV Globo/Divulgação

Já em Seráfia do Sul, representada pela rainha Helena (Mariana Lima) e pelo rei Teobaldo (Thiago Lacerda), o guarda-roupa é marcado por prata, azul-marinho e preto, em referência à lua.


Os brogodenses, como a protagonista Açucena (Bianca Bin) e seu amado Jesuíno (Cauã Reymond), usam tons claros e materiais naturais, como a juta e o algodão, além de aplicações de madeira, sementes, palha e coco.

Os cangaceiros têm trajes que recriam o cangaço, com menções a outros guerreiros, como samurais, por exemplo. " fonte:http://moda.terra.com.br/noticias




Objetos romântico compõem o quarto de Antônia, personagem de Luiza Valdetaro (Foto: Felipe Monteiro/TVGlobo)

A colcha de fuxico é destaque no quarto de Açucena
 
- autoras: Duca Rachid e Thelma Guedes
    - figurinistas: Marie Salles e Karla Monteiro

fonte: http://cordelencantado.globo.com/
http://cordelencantado.globo.com/Bastidores/noticia/2011/04/duca-rachid-e-thelma-guedes-falam-sobre-o-universo-da-novela2.html
http://cordelencantado.globo.com/Bastidores/noticia/2011/04/folclore-brasileiro-influencia-os-cenarios-de-cordel-encantado.html

quarta-feira, 20 de abril de 2011

DESFILE FINNAR - 2011







créditos das imagens: Pedro Paulo Teixeira

Desfile promovido pela Paranoarte para a FINNAR 2011
Todas as peças você encontra na 5ª Feira Internacional de Artesanato - FINNAR, no Centro de Convenções, Brasília/DF

Equipe:
Gisele Paraizo, Erika Bastos, Patrícia Melo, Eduardo Barón e Mayra Biasi

Agradecimento:
As manequins que fizeram esse trabalho voluntariamente, a Finnar pelo espaço, aos expositoras da feira e todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiu para o sucesso do evento.

QUARTAS POÉTICAS - Fernando Pessoa


Poema da Felicidade

"Procure os seus caminhos,
mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz,
Revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças,
Mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, começe novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!"

terça-feira, 19 de abril de 2011

REDUÇÃO DA ALÍQUOTA PARA O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL


Alíquota do INSS menor para empreendedor começa em maio

Presidente Dilma baixou a Medida Provisória 529 confirmando a mudança.

Com redução, empreendedor pagará R$ 27,25 por mês, em vez de R$ 60,00.

A Secretaria da Receita Federal informou nesta sexta-feira (8) que a Medida Provisória 529, publicada no "Diário Oficial da União", reduz de 11% para 5% a alíquota do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) cobrada do empreendedor individual a partir de maio deste ano.

Nesta quinta-feira, o Ministério da Previdência havia dito que seria enviado um projeto de lei ao Congresso Nacional, tendo de passar pelas duas casas (Câmara e Senado) para a redução da alíquota ter validade. Entretanto, o governo optou por uma Medida Provisória, que tem efeito imediato, mas baixando a alíquota somente a partir do início de maio.


Com a mudança, o empreendedor individual recolherá menos tributos. Pelo sistema anterior, a alíquota era de 11% sobre o valor do salário mínimo de R$ 545, o que equivalia a R$ 59,95. Com a redução da alíquota para 5%, o valor da cobrança cai para R$ 27,25. A economia, portanto, será de R$ 32,70 por mês.

Ampliar incentivos

Segundo a Receita Federal, o objetivo da redução da alíquota do INSS para o empreendedor individual é ampliar os incentivos à formalização, com o correspondente acesso aos benefícios previdenciários dessa categoria. Pagando somente 5% do salário mínimo, porém, o empreendedor abrirá mão de obter aposentadoria por tempo de contribuição, podendo aposentar-se apenas por idade.

O Fisco lembra, porém, que o empreendedor tem a possibilidade de complementação, caso pretenda usar seus recolhimentos para fins de aposentadoria por tempo de contribuição. A complementação deve se dar por meio de aplicação da diferença entre o percentual pago e o percentual de 20% sobre o valor do salário mínimo, acrescido de juros. Assim, a alíquota de complementação será de 9% (nove por cento) para as contribuições recolhidas até abril de 2011 e, de 15% (quinze por cento) para os meses posteriores, informou a Receita Federal.

O que é?

A figura do microempreendedor individual foi criada pelo governo para que os trabalhadores se formalizem. É destinado a pessoas que atuam, por exemplo, como doceiros, borracheiros, camelôs, manicures, cabeleireiros e eletricistas, entre outros.

O processo de adesão é gratuito e feito pela internet. No portal do empreendedor, o empresário individual obterá, no ato da formalização, o seu CNPJ, seu cadastro na Junta Comercial e sua inscrição no INSS. Mensalmente, o microempreendedor pagará cerca de R$ 60, sendo a maior parte destinada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Para se enquadrar na lei, além do faturamento anual máximo de R$ 36 mil, é preciso ser optante do Simples Nacional, exercer atividades tipificadas de empreendedor individual e não ser titular, sócio ou administrador de outra empresa.

Benefícios

Ao aderir ao programa, estes trabalhadores poderão contar com a chamada "rede de proteção social", pois sua família poderá contar com pensão por morte e auxílio-reclusão. Ao se formalizar, a trabalhadora passa a ter direito a salário-maternidade. Os empreendedores também têm direito à aposentadoria por idade, à aposentadoria por invalidez e ao auxílio-doença.

Com a formalização, o governo lembra que o microempreendedor poderá participar de licitações públicas e terá condições de obter crédito junto aos bancos, principalmente os públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O Sebrae, por sua vez, oferecerá cursos e planejamentos de negócios com vistas a capacitar os empreendedores.

Alexandro Martello

Do G1, em Brasília

FONTE: http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2011/04/aliquota-do-inss-menor-para-empreendedor-comeca-em-maio.html

TRICÔ - esculturas: Johan Ku


Designer de tricot, Johan Ku nascido em Taipei, Taiwan. Suas peças são fabulosas, verdadeiras esculturas!
Ele gosta de misturar a técnica do crochet com a do tricot para criar vestidos que parecem esculturas 3D. Johan fundou seu próprio estúdio em 2005 e mostrou seu trabalho na Hong Kong Fashion Week duas vezes em 2007. Sua marca registrada são os vestidos esculturais em lã branca com pontos gigantes. Já foi premiado diversas vezes por suas coleções.

Apreciem!!!
 




segunda-feira, 18 de abril de 2011

MODA SUSTENTÁVEL com Chiara Gadaleta e César Revorêdo

Chiara Gadaleta,  stylist, consultora de moda e apresentadora apresentou uma exposição de joias sustentáveis confeccionadas exclusivamente para o Dragão Fashion 2011 em Fortaleza.

" Assim que recebi esse delicioso convite, fiquei imaginando que material seria a vedete dessa mostra, e decidi usar todos os resíduos e descarte possíveis. De rolhas de garrafas até o próprio descarte do tapete da montagem dos estandes do evento. Com tudo isso em mãos, embarquei mais uma vez na viagem da “Transformação”.

Foram 18 peças expostas e usando a moda como expressão, e o artesanato como técnica, criei acessórios que provocaram questionameto sobre a mercado de moda e o desenvolvimento sustentável. "

peças feitas de restos de baner, carpete da montagem e peças de madeira dos estandes

colar com pingentes de palitos de fósforos encapados e carpetes de construção

Outro artista presente foi o potiguar César Revorêdo que levou para o evento uma exposição de sapatos artesanais. Batizada de “OBJETOS”, a mostra foi montada originalmente em 2007 para a Galeria BACI, em Washingon – DC e reúne 70 sapatos executados em papelão e retalhos de tecidos finos.



RE - utilização - ciclagem





"Light Reading é a criação do estúdio de design Lula Dot, da estilista britânica Lucy Norman, que visa reaproveitar resíduos de Londres, transformando os mesmos em uma beleza duradoura.

Neste caso são os livros impressos em cada ano, que depois de lidos são na sua maioria descartados, outros muitos são levados para as lojas de caridade, e alguns para as instituições beneficentes.

Levando em conta o fato que não existe atualmente nenhuma infra-estrutura criada para reciclar o papel dos livros, e a cola na coluna é muito difícil de ser removida, muitos livros vão para o simples desperdício.

Com esses livros desperdiçados Lucy passou a utiliza-los para criar um belo lustre, onde cada página é dobrada ao meio, produzindo um arranjo circular, que trava em torno de uma luz de teto."


Proponho, também fazer reutilizando jornais!!! Que tal???

sábado, 16 de abril de 2011

ENTRE LAÇOS E ABRAÇOS - Paranoarte - CFW 2011













Matéria:Cristiano Sérgio/FotoForum

 
Brasil e Itália, entre laços e abraços

Paranoarte, em sua estréia no Capital Fashion Week, mostra uma coleção exclusiva. Ancorada em 2011, o Ano da Itália no Brasil, resgata os laços entre os dois países, seus povos, suas tradições, sua arquitetura.

As formas fazem oposição entre fluído e rígido: volumes, drapeados, estruturados e bordados. Fluidez evidenciando o Coliseu, suas batalhas e a vestimenta dos povos da Roma Antiga; e a rigidez, mostrando toda sua austeridade arquitetônica. Ligação esta que nos trouxe ao Brasil, Brasília e todo seu concreto, sua repetição formal que como no Coliseu se transforma em monumento!

As cartela de cores varia na palheta de marrons, do café ao cru, inserindo uns toques de concreto, dourado, amarelo e vermelho, todas retiradas do cenário Brasil-Itália, Coliseu-Brasília, arquitetura, concreto, lutas e vitórias.

Os materiais das peças, dos bordados e acessórios - tecidos, linhas, fios, miçangas - trazem complementações entre o brilho e o fosco, o leve e o denso. Musselinas e cetins, ora rígidos, ora esvoaçantes insinuam vitórias e avanços, mostrando os percursos de aproximação entre os dois países que evoluíram entre glórias e percalços.

Ficha Técnica

Coordenação Geral Paranoarte:
Aída Rodrigues
Helenice Bastos

Direção de Arte:
Ana Luiza Olivete

Design e Criação:
Ana Claudia Braga

Assistente de Estilo:
Maria Carolina Câmara
Paula Mendonça Flores

Costureiras:
Ceci Francisca da Silva – Amarradinho em você – Paranoá
Roza Francisca da Silva – Viver Costurando – Estrutural
Veroneide Santos

Bordadeiras:
Irandina Rodrigues Pimentel
Callas
Caprichosas

Acessórios:

Colares:
Amarradinho em Você
Bordado Colorido
Encanto das Artes
AMA/ Vera Torres
Arte do Bosque

Carteiras:
Semente do Buriti
Izanilde Sousa da Costa

fonte: http://www.paranoarte.blogspot.com/