foto: Emília - Itália
MORANGOS AO ALCANCE DA MÃO
(Maria Emília Bottini)
Gosto muito de literatura infantil e os livros me são caros e nos reportam ao aprendizado mesmo em pequenas histórias, faço uso do livro infantil: Os Morangos de Rubem Alves, escritor e psicanalista e a partir deste farei breves considerações sobre o tema da autoestima.
Lá muito longe, do outro lado do mundo, num país onde o sol aparece quando aqui as estrelinhas começam a piscar. Lá, quando as crianças vão para a cama, os seus pais lhe contam a seguinte história:
“Um homem ia feliz pela floresta quando, de repente, ouviu um urro terrível. Era um leão. Ele teve muito medo e começou a correr. O medo era muito, a floresta era fechada. Ele não viu por onde ia caiu num precipício.
No desespero agarrou-se numa raiz de árvore, que saia da terra. Ali ficou dependurado sobre o abismo.
De repente olhou para sua frente: na parede do precipício crescia um pezinho de morangos.
Havia nele um moranguinho, gordo e vermelho e, bem ao alcance de sua mão. Fascinado por aquele momento, ele colheu carinhosamente o moranguinho, esquecido de tudo o mais. E o comeu. Estava delicioso!... Sorriu, então que na vida houvesse coisas tão belas”.
Essa história nos faz refletir sobre nossas vidas pelo menos a idéia é essa. Quais são os nossos precipícios e os nossos morangos? Sobretudo como lidamos com eles? Optamos por morangos permanentes e a vida é uma nuvem cor-de-rosa ou despencamos eternamente vitimizados por nossos precipícios?
Talvez muitas vezes nossos precipícios enormes e profundos são criados e alimentados por nós mesmos. Nem sempre é possível mudar nossas histórias familiares e pessoais, mas é possível resignificar, dar um outro olhar e assim construir outras possibilidades e caminhos novos.
Alguns precipícios estão na nossa forma de lidar com nossas dificuldades, não nos comunicamos, não temos tempo a perder, não dá para parar, tem que consumir, tem que ter dinheiro, tem que melhorar, tem que ter outro emprego, não nos amamos e não somos amados, cobramos e brigamos demais sendo a solidão e os sentimentos ruins muitas vezes nossos companheiros de jornada e tantos outros, afinal cada um constrói o seus precipícios particulares e o pior de tudo que habita neles.
É necessário que busquemos tempo para estarmos conosco mesmo, para colher e saborear nossos morangos. Isso exige de cada um espaços de vida para perceber que ao nosso redor há morangos, tendo entendimento que os precipícios nos acompanham sempre e nos ensinam constantemente suas lições. E são tantos os morangos! É uma questão de ver e colher, um livro que nos faz ir para outros mundos possíveis, o amor espontâneo, um abraço apertado, um beijo gostoso, a amorosidade familiar, o olhar das crianças, nossas pequenas conquistas pessoais e profissionais, a fé na esperança, a saudade de alguém, nossas paixões, nossos amigo de jornada, nossas vida, nossa saúde física e mental, e assim sucessivamente. Penso que a colheita seria grande e certamente muitas cestas ficariam fartas. Porque esquecemos de nossas pequenas colheitas diárias?
Refletir sobre autoestima nos torna melhor, uma vez que é a forma como nos sentimos acerca de nós mesmos é algo que afeta crucialmente todas as dimensões de nossas vidas. A base deste sentimento vem inegavelmente de nossos pais e da infância, ele é aprendido tanto no sentido positivo quanto no sentido negativo. Se aprendido podemos desaprender quando nos prejudica e nos torna infelizes, que ninguém se iluda está é uma tarefa para a vida inteira. Se me sinto bem e feliz com minhas qualidades e defeitos me sinto bem e feliz com os outros que me cercam. O contrário também é verdadeiro. O que podemos fazer para melhorar nossa autoestima?
Uma das questões importante é o cuidado conosco para não nos esquecermos de nós mesmos, isto envolve todos os sentidos, ao cruzar pelo espelho naquela pequena fração de segundos olhe para além do que esta refletido e tenha o seu melhor olhar aquele de gostosura por você mesmo, um olhar de querer sempre melhorar a si mesmo e seu entorno, pois temos responsabilidades conosco. Invista em relações saudáveis e amorosas. E não se esqueça de colher seus morangos diariamente e encontre tempo para saboreá-los e lembre-se que muitos estão ao alcance da mão. Boa colheita a todos.
[1] Psicóloga e Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo - RS (UPF). Aluna especial do programa de Doutorado em Educação pela Universidade de Brasília (UNB).
Sempre falo: nos detalhes esta as
ResponderExcluircoisas que Deus nos pede mais atenção!
Parabéns por vc ver o detalhe e fazer
uma colheita abençoada! bjssss
Imressionante, lembro destas conversar a 10, 15 anos atras..... sei lá;; tanto tempo....
ResponderExcluirEu acredito em tudo... porque colho morangos vermelinhos e enormes, apesar de ter caido diversas vezes no precipicio... nós fizemos as nossas escolhas. A resposta é simples. Não há vitimas nem injustiçados, mas sim o que cada um faz com o poder de escolha. E nos soubemos aproveitar estas oportunidades...
Querida amiga obrigada por fazer parte da minha vida...
Feliz Aniversario!!!!
É sempre muito bom ler coisas que tocam o coração!
ResponderExcluirTemos que estar sempre atentos aos sinais da natureza...
Emília querida,
ResponderExcluirQuão singelo e alegórico é o seu texto.
Aproveito também para parabenizá-la por seu aniversário.
Que muitos morangos vermelhos lhe sejam fartos e possam acolher sua alma, hoje e sempre.
Bjs,
Verônica
Querida afilhada e sobrinha!
ResponderExcluirQue texto maravilhoso! Adorei!
Um aniversário muito especial para você!
Sua tia e dinda,
Élide
Grande Irmã
ResponderExcluirFazendo o que sabe de melhor.
Sucesso na sua carreira
Quando vir para o sul lhe dou o abraço de aniver
Te amo
1 Grande abraço
Dé
Oi Amiga querida! Sempre que leio teu texto me emociono e lembro do teu carinho nos dias do Mestrado.
ResponderExcluirUm abração bem apertado!! bjos
Márcia A. Rosmann
Lindooo!
ResponderExcluirEmília, você sempre com palavras que emocionam.
Bjs.
Querida afilhada e sobrinha!
ResponderExcluirSempre que leio seus textos me emociono.
Seja sempre inspirada por Deus.
Beijos.
Da tia e dinda Élide.