O blog tem por foco divulgar o artesanato e temas afins, as vezes, posto alguns outros assuntos, mas procuro ser fiel ao artesanato.
Quando coloquei ele no ar me relacionava com muitos artesãos aqui em Brasília, tive a pretensão de fazer deste espaço um espaço onde elas pudessem vim pesquisar, se informar e divulgar seus trabalhos.
Hoje diminui meu ritmo de trabalho e contato com elas, porém o blog passou a ter vida própria e a cada dia me surpreendo com o número de visitantes.
Assim, mantenho ele em aberto, apesar de saber que hoje temos outras mídias mais "velozes" na informação.
Continuarei por aqui e em breve vou moderniza-lo, enquanto isso......curtam esse artigo que pesquisei na internet e achei super interessante.
Vida longa a ARTESOL!!!
BOM DIA A TODOS!!!
Diante da preocupação com a sustentabilidade das associações, o projeto “Empreendedorismo e comércio justo na atividade artesanal no Brasil” foi desenvolvido pelo o ArteSol/Artesanato Solidário e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O projeto teve como foco o aumento do protagonismo das associações e cooperativas de artesãos na rede do comércio justo e do seu empreendedorismo na busca de novos mercados.
A Rede ArteSol pelo Comércio Justo tem como objetivo potencializar o protagonismo e a autonomia das Associações/Cooperativas de artesanato, sendo uma plataforma de troca de informações. Desta forma, os grupos terão espaço para divulgação de feiras, peças artesanais, experiências adquiridas no dia-a-dia dentre outras informações que julgarem relevantes ao compartilhamento.
Outro objetivo fundamental da Rede é a aproximação direta entre artesãos e consumidores, desta forma, gerando autonomia aos grupos frente ao mercado e possibilitando o acesso dos interessados ao contato das comunidades.
O Artesol deixa de protagonizar relações comerciais do artesanato e torna-se, neste sentido, um mediador, informando possibilidades de acessos e contato às comunidades.
Artesanato brasileiro
*http://artesol.org.br/rede/artesanato-brasileiro/
O Artesanato Brasileiro reflete a diversidade cultural que envolve nosso país, suas manifestações e sua história. Neste sentido, organizações sociais buscam preservar este bem cultural de diversas maneiras. Porém, antes de qualquer relação com o Artesanato Brasileiro, é fundamental conhecer as tipologias artesanais, quais são as categorias de artesanato existentes, como é a organização para o trabalho artesanal, dentre outras informações que facilitam e agregam um “outro olhar” à compreensão deste bem cultural.
Neste contexto, o Artesanato Solidário/ArteSol elaborou uma pesquisa a fim de revelar as categorias artesanais e repassar estas informações à organizações sociais, associações de artesanato, estudantes da área e interessados em geral.
Primeiramente é importante ressaltar que o Artesanato Brasileiro possui diferentes tipologias, que alteram sua produção, a extração de sua matéria prima e sua técnica.
As matérias primas para a produção artesanal podem ser de origem mineral, vegetal ou animal.
Além disso, podem ser utilizadas em seu estado natural ou depois de tratadas. Para cada tipo de matéria prima, resulta um tipo de artesanato diferente, este se diferencia pela técnica utilizada, ferramentas e destinações.
O Artesanato Solidário/ArteSol identifica como tipologias artesanais: Cerâmica, Trançado, Renda, Bordado, Tecelagem, Instrumentos Musicais, Entalhe em Madeira, Brinquedos e Artesanato Variado (categoria que engloba as cuias, por exemplo).
Manifestações musicais, poéticas, expressivas e plásticas que refletem o cotidiano de um determinado grupo, seu modo de viver. Esta categoria envolve, por exemplo, festejos, literatura de cordel, danças regionais, dentre outros.Conta com a produção de peças únicas, arquétipos frutos da criação individual.
Essencialmente próprio do trabalho manual, o artesanato é o ofício exercido pelo artesão (artesão + ato). Define-se em toda atividade produtiva que resulte em objetos e artefatos acabados, com a utilização de meios tradicionais ou rudimentares. Conta com a produção de pequenas séries com regularidade, produtos semelhantes, porém diferenciados entre si. Fruto de uma necessidade.
São trabalhos onde se utilizam moldes e padrões pré-definidos, o que resulta em uma estética pouco elaborada. Utilizados geralmente como forma de lazer ou em ocupações secundárias, em horários livres. São frutos de uma produção assistemática.
Frutos de uma produção em grande escala, com utilização de moldes, máquinas e equipamentos. Nesta categoria, diferentemente da categoria do artesanato, as pessoas envolvidas na produção têm conhecimento de apenas uma parte do processo de produção.
Após compreender-se a diferença entre os tipos de manifestações artísticas populares que se pode produzir, partimos para as categorias artesanais. Dentre elas, destacam-se:
É o saber tradicional que manifesta no contexto de sua produção os modos de vida de quem o produz. Um artesanato que, diferentemente de outras categorias, guarda a memória de saberes tradicionais que se perpetuam e se renovam na arte de fazer. Esses saberes condensam experiências coletivas e demarcam formas de transmissão do conhecimento técnico e estético. Sua importância e seu valor estão no fato de obterem um passado, acompanharam histórias transmitidas entre gerações.
Representante da expressão cultural do povo indígena brasileiro, antes e depois da colonização portuguesa, que se iniciou no século XVI. O Artesanato Indígena, levando em consideração a diversidade de tribos indígenas existentes no Brasil, tem como destaque a cerâmica e o trançado, ambos com grande valor utilitário nas ações dos indígenas, voltadas para caça, alimentação, rituais entre outras. O Artesanato Indígena é resultante, em sua maioria, do trabalho coletivo, incorporado na vida tribal.
Artesanato de Referência Cultural
Valoriza a produção das técnicas artesanais e leva em seu resultado uma parcela de história do contexto de seu produtor. Resulta de uma invenção planejada de artistas e designers, unindo-se a artesãos. Esta união tem como foco a diversificação de produtos, sem deixar de lado seus traços culturais de grande representatividade.
É aquele desenvolvido por grupos de indivíduos com algum tipo de formação artística que imprimem em seus produtos algum conceito cultural e/ou ambiental e não se prende aos aspectos da cultura regional, predomina a produção de pequenas séries onde a inovação é seu diferencial. Sua evolução é rápida, sistemática. Diferentemente das outras categorias artesanais, o elemento principal que caracteriza o Artesanato Conceitual é a INOVAÇÃO.
A partir das categorias citadas acima, os produtos artesanais tem diferentes formas de uso.
Enquanto adornos e acessórios (jóias, bolsas e peças para vestuários, por exemplo), objetos de decoração, educativo (utilizados em práticas pedagógicas), lúdico (enquanto representante do imaginário popular), artefatos religiosos (amuletos, imagens, oratórios, por exemplo) e, por fim, utilitário (importancia funcional, não sobre seu valor simbólico; utilizados para atender às necessidades domésticas).
Há nos grupos artesanais, uma organização própria que varia de acordo com cada um.
Porém, é fundamental a reflexão sobre o papel de cada um dentro desta organização e, principalmente, que haja uma constante discussão sobre o foco do grupo, suas dificuldades, e suas potencialidades.
Desta forma, todos evoluem, e o trabalho em grupo fica mais agradável.
O MESTRE ARTESÃO é detentor do conhecimento em relação à técnica e às histórias tradicionais, repassadas oralmente de uma geração para a outra.
Ele repassa este conhecimento aos mais jovens e, desta forma, adquiri respeito e admiração dos outros ARTESÃOS, que são detentores deste conhecimento técnico sobre os materiais, as ferramentas e os processos de sua especialidade.
O APRENDIZ é o “auxiliador” da produção artesanal, elabora parte do trabalho que se encontra no processo de capacitação.
A sede e sua organização são outro ponto fundamental para um bom trabalho e um bom relacionamento entre o grupo.
Neste sentido, há várias formas de união entre artesãos para produção e comercialização do artesanato.Núcleo de produção familiar
Trabalho realizado por membros da mesma familia, onde o direcionamento do trabalho é gerido pela mão ou pelo pai da família. Não há um sistema de pagamentos, cada um é remunerado de acordo com o quanto necessita para alguma compra ou algum pagamento pontualmente.
Grupo de produção artesanal
É um grupo de artesãos que atuam no mesmo segmento artesanal e compartilham da mesma extração de matéria prima e materiais em geral para a produção.
Sem fins lucrativos e de direito privado, é uma forma de organização na qual seus associados lutam por direitos e interesses comuns. São regidas também por estatutos sociais, com eleição para diretoria e tesouraria, em assembleias.
É uma sociedade de pessoas, onde o objetivo principal é a prestação de serviços e a busca de eficiência na produção e na qualidade dos produtos. Sua estrutura permite um número ilimitado de cooperados. Constitui-se por intermédio da assembleia dos fundadores ou por instrumento público, e seus atos constitutivos devem ser arquivados na Jun¬ta Comercial e publicados. A cooperativa existe com o intuito de prestar serviços a seus associados, de tal forma que possibilite o exercício de uma atividade comum econômica, sem que tenha ela fito de lucro.
Referência Bibliográfica:
LEITE, R. Proença. Cultura Popular e Artesanato: Dilemas do preservar e consumir. São Cristóvão: XI CISO, 2003.MASCÊNE, Durcelice Cândida; TEDESCHI, Mauricio. Termo de Referência: Atuação do Sistema SEBRAE no Artesanato. Brasília, março de 2010.
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